TY - JOUR
T1 - Pinóquio e a jornada para tornar-se humano:
T2 - contos que persistem
AU - Santana Ferreira, Marcelo
AU - Carpes Barros Cassal, Luan
AU - Harter, Marina
PY - 2018/6/6
Y1 - 2018/6/6
N2 - Era uma vez um pedaço de madeira. O presente texto vale-se da história de Pinóquio, originalmente escrita pelo italiano Carlo Collodi em 1881, para colocar em análise a constituição da infância moderna. Os indóceis corpos de crianças passam por uma jornada de humanização na família nuclear e no estabelecimento escolar, no qual devem atender às regras morais, com o objetivo de serem cidadãos trabalhadores e produtivos no futuro. As peripécias de um boneco de madeira em sua jornada para ser um menino – dito de verdade – apresentam a fragilidade das instituições que teimam em lhe exigir um comportamento normatizado. No final, o objetivo é alcançado, mas o boneco de madeira ainda está lá; ele ri da história linear dos vencedores, questiona as regras do teatro e da escrita, afirma o exercício político de narrar, tensionando os sentidos do que é ser um menino, ser verdadeiro, e ser humano. Em diálogo com a filosofia e a literatura, Pinóquio dirige-nos à ousadia de conversarmos com vidas e existências interrompidas, destruídas e indesejadas, imaginadas por nós, que não as entendemos como improváveis. Aos regimes que querem silenciar, tentemos dizer: era uma vez, e outra, e mais outra.
AB - Era uma vez um pedaço de madeira. O presente texto vale-se da história de Pinóquio, originalmente escrita pelo italiano Carlo Collodi em 1881, para colocar em análise a constituição da infância moderna. Os indóceis corpos de crianças passam por uma jornada de humanização na família nuclear e no estabelecimento escolar, no qual devem atender às regras morais, com o objetivo de serem cidadãos trabalhadores e produtivos no futuro. As peripécias de um boneco de madeira em sua jornada para ser um menino – dito de verdade – apresentam a fragilidade das instituições que teimam em lhe exigir um comportamento normatizado. No final, o objetivo é alcançado, mas o boneco de madeira ainda está lá; ele ri da história linear dos vencedores, questiona as regras do teatro e da escrita, afirma o exercício político de narrar, tensionando os sentidos do que é ser um menino, ser verdadeiro, e ser humano. Em diálogo com a filosofia e a literatura, Pinóquio dirige-nos à ousadia de conversarmos com vidas e existências interrompidas, destruídas e indesejadas, imaginadas por nós, que não as entendemos como improváveis. Aos regimes que querem silenciar, tentemos dizer: era uma vez, e outra, e mais outra.
U2 - 10.9771/peri.v1i9.25775
DO - 10.9771/peri.v1i9.25775
M3 - Article
SN - 2358-0844
SP - 288
EP - 302
JO - Periódicus
JF - Periódicus
ER -